Cantareira: sistema produtor de água

O Sistema Cantareira é composto por:
Cinco reservatórios produtores de água: Jaguari e Jacareí (interligados); Cachoeira; Atibainha e Juquery (ou Paiva Castro);

Túneis e canais subterrâneos de interligação e transferência de água de uma represa para outra;

Uma Estação Elevatória de Água: a Elevatória de Santa Inês, responsável por recalcar a água captada nos cinco reservatórios, vencendo o desnível de 120m de altura da Serra da Cantareira;

Um reservatório de regularização da vazão de água: o reservatório Águas Claras, com capacidade para manter o fluxo contínuo de água durante 3 horas no caso de algum problema com a elevatória;

Uma estação de tratamento de água: a ETA do Guaraú;

Publicado em 4 de setembro de 2011

Fonte: www.mananciais.org.br

Cantareira: principais ameaças

Grandes áreas ocupadas por campos antrópicos, que é uma forma de ocupação do território facilmente substituída por outras, normalmente por atividades humanas, que podem comprometer a qualidade e a quantidade da água produzida.
Aumento dos usos urbanos do território no período de 1989 a 2003, especialmente das áreas de ocupação dispersa, que incluem as chácaras e condomínios, e tendência à expansão urbana, devido à alta disponibilidade de lotes e terrenos disponíveis e à venda e à proximidade com a RMSP e outros centros urbanos importantes.

73% das Áreas de Preservação Permanente (APP’s) no entorno de rios e corpos d’água na região do Sistema Cantareira estão ocupadas por usos desconformes com a legislação que as protegem.

Diminuição das áreas cobertas por remanescentes de Mata Atlântica.

Tendência de piora nos índices de qualidade da água dos principais rios formadores do Sistema no período de 1987 a 2004.

Baixos índices de coleta e principalmente de tratamento de esgoto nos municípios da região.

Expansão da silvicultura sobre áreas de Mata Atlâncitca e das atividades industriais na região.

Falta de áreas efetivamente protegidas (as APAs existentes na região não estão regulamentadas).

Ausência de ordenamento territorial que leve em conta que a região é uma importante área de manancial.

Crescente demanda da RMSP por água e falta de políticas de controle desta demanda.

Desarticulação dos atores da região.

Fonte: publicado em 4 de setembro de 2011 www.mananciais.org.br

O Rodoanel Norte é necessário?

Publicado na Carta Capital em 27 de abril de 2011

O projeto de implantação do Rodoanel Norte tem gerado muita polêmica, com a oposição de entidades, movimentos e moradores das regiões afetadas, além de ambientalistas. As três audiências públicas já realizadas, nos municípios de Arujá, Guarulhos e São Paulo, revelaram um forte descontamento com a proposta. Em São Paulo, praticamente todos se posicionaram contra a obra, da maneira que está sendo planejada. O evento reuniu mais de mil pessoas.

O traçado proposto pelo governo do Estado ameaça seriamente a Serra da Cantareira que, em 1994, foi declarada pela Unesco uma Reserva da Biofera, com status de Patrimônio da Humanidade. A floresta da Cantareira, com cerca de 80 Km2, em grande parte dentro do Parque Estadual da Cantareira, é hoje a maior floresta urbana do mundo. Além disso, corta regiões altamente povoadas, afetando moradores da Zona Norte da capital paulista e dos outros municípios, estão lutando pela alteração do traçado, ainda está em fase de licenciamento ambiental.

Além do forte impacto sobre serra, a obra deverá gerar o despejo de moradores e a desapropriação de imóveis utilizados para moradia. Apenas em Guarulhos, segundo a prefeitura, cerca de 1,2 mil famílias serão despejadas de suas casas e cerca de 4 mil ficarão isoladas pelo obra viária. O Rodoanel irá passar sobre um reservatório de água no bairro Bananal e por uma estação de tratamento de esgoto no Cabuçu. Em São Paulo, além de um grande número de deslocados – há divergência sobre os números, que poderão ultrapassar cinco mil famílias – quatro escolas deverão ser demolidas, com enorme impacto social.

O traçado proposto desrespeita o Plano Diretor Estratégico e atravessa um trecho da Área de Proteção Integral definida em seu Macro-Zoneamento. Ademais, teme-se que o governo, por economia, acabe por transformar trechos que seriam abertos em túnel por uma via aberta, com maiores impactos ambientais.

Do ponto de vista do planejamento, no entanto, a questão deve merecer uma reflexão mais profunda antes de se discutir traçado e as necessárias compensações sócio-ambientais. Antes de mais nada deve-se avaliar, em um amplo debate público, se o Rodoanel Norte é uma obra prioritária, se o anel em torno da Região Metropolitana precisa ser fechado.

O trecho norte do Rodoanel está orçado em 5,8 bilhões de reais mas, como a grande maioria das obras públicas, deverá custar muito mais do que o previsto. Outro tanto deverá ser gasto no trecho leste. É inadimissível gastar essa quantidade de recursos públicos, em uma cidade com tanta carência na área de mobilidade, sem que exista um plano viário e de transportes que demonstre, efetivamente, a prioridade da intervenção, que tanto impacto negativo deve causar, em relação a outras alternativas.

O fato é que o Rodoanel está dando continuidade à tradicional opção pelo automóvel que desde os anos 1940 predomina em São Paulo. Embora anunciado e divulgado como uma intervenção que visa retirar caminhões que entram desnecessariamente em São Paulo, os dados mostram que estes eram apenas 14% dos que se dirigiam para a cidade antes da inauguração do Rodoanel Oeste. No caso do trecho norte, essa porcentagem é muito menor: apenas 6%. O número é baixo por uma razão muito simples: as rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Dutra, Fernão Dias e Airton Senna já estão interligadas pela Rodovia Dom Pedro I, entre Campinas e Jacareí. Ademais, existem outras ligações perimetrais na região, como a ligação entre Franco da Rocha e Mairiporã. Estas estradas podem ser melhoradas e ampliadas a um custo financeiro, social e ambiental muito inferior a do Rodoanel Norte.

São Paulo precisa, antes de mais nada, alterar seu padrão de mobilidade, investindo fortemente em transportes coletivos de modo a torná-lo mais competitivo em relação ao deslocamento por automóveis. Caso se continue a investir na ampliação da malha viária sem priorizar corredores de ônibus, metrô e trens metropolitanos, o circulo vicioso – mais vias, mais carros, mais vias, mais carro – nunca terá fim. O debate sobre o Rodoanel precisa ser debatido nestes termos, pois a capacidade de financiamento do desenvolvimento urbano é finita.

O Rodoanel Norte, além de não ser prioritário, trará impactos sócio-ambientais enormes, aspecto que está mobilizando moradores diretamente afetados e os ambientalistas ligados a Serra da Cantareira. No entanto, o debate dessa obra precisa ser feito por toda a população metropolitana, pois o que está em jogo é o futuro da região como um todo.

Fonte: www.mananciais.org.br

Desmatamento registra menor taxa para mês de setembro

Dados do Inpe revelam que a área desmatada foi a menor para o mês, desde 2004, quando foi o sistema Deter, do Inpe, foi criado. Queda é resultado do reforço da fiscalização. Ministra Izabella divulgou dados nesta segunda-feira 31/10/2011

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta segunda-feira (31/10) em Brasília, registram, para setembro, uma queda de 43% no total da área desmatada na Amazônia Legal, com relação ao mesmo período de 2010. A área desflorestada foi de 254 Km2, enquanto no ano passado chegou a atingir 478 Km2. A redução foi de quase 195 Km2.

Desde que o Deter, sistema que mede o desmatamento em tempo real, foi criado, em 2004, essa é a menor taxa de desmatamento registrada para o período. A ministra Izabella Teixeira referiu-se ao mês como “setembro verde”, considerando o resultado “muito bom”, pois freou a ação dos desmatadores verificada principalmente no mês de abril. Os alertas gerados pelo Deter orientam o trabalho dos fiscais do Ibama.

O resultado foi atribuído à estratégia de criar um gabinete de crise e reforçar a fiscalização com o apoio da Polícia Federal, Força Nacional e Exército. O ministério está avaliando as causas do surto de desmatamento verificado em abril e que ocasionou a criação do Gabinete de Crise. O rigor na fiscalização, verificado após o início da ação conjunta, vai continuar, assegurou Izabella.

Segundo ela, “o Ibama não diminuiu, nem vai diminuir a fiscalização na Amazônia nos meses que restam para fechar o ano.” Em novembro e dezembro as taxas de desmatamento costumam apresentar reduções expressivas, já que condições climáticas da floresta inviabilizam o desmate. “Mesmo assim, vamos manter 250 fiscais do Ibama em atividade na fiscalização”, garantiu Izabella.

Pelas projeções dos técnicos do Ibama, 2011 deve fechar o ano com desmatamento inferior a 2010. Até agora, a redução foi de 1,5%, com área total desmatada de janeiro a setembro de 1,83 mil Km2, contra 1,86 mil no período anterior. Os números do Deter, que mostram as tendências do desmatamento, indicam que haverá redução no período.

Estados – O Mato Grosso foi o estado que mais desmatou no período de janeiro a setembro de 2011. Ele é responsável por 48% de todo o desflorestamento registrado na Amazônia Legal esse ano. A área desmatada chegou a 880 Km2, de um total de 1,8 mil Km2 registrado em toda a Amazônia Legal. O Deter utiliza dados dos satélites Modis e do CBERS e pode registrar áreas degradadas de até 25 hectares. A precisão dos dados depende das condições do tempo, que em setembro esteve nublado em apenas 5% do território coberto.

Fonte: ASCOM
Ministério do Meio Ambiente-Esplanada dos Ministérios – Bloco B – 70068-900 – Brasília – DF

SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO (SFB) recebe missão da FAO para tratar do Inventário Florestal Nacional

Entidades vão trabalhar em conjunto na execução do Projeto GEF, que destinou cerca de 9 milhões de dólares para apoio técnico e financeiro ao levantamento das florestas no país.

O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) recebeu entre os dias 18 e 21 de outubro, uma missão da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para tratar do Inventário Florestal Nacional (IFN), iniciativa do governo brasileiro para levantar a qualidade e quantidade das florestas no país.

As duas entidades vão trabalhar em conjunto nas atividades de implementação do IFN que envolvem recursos de aproximadamente 9 milhões de dólares disponibilizados pela organização Global Environment Facility (GEF). O GEF fornece subsídios aos países em desenvolvimento para projetos que auxiliem a enfrentar os desafios ambientais globais e a promover meios de ações sustentáveis.

A FAO é quem irá operar os recursos financeiros do Projeto GEF, como foi denominada a ação de apoio técnico e financeiro ao Inventário Florestal Nacional com recursos da organização. Integraram a missão os oficiais do departamento de finanças da FAO em Roma, Rikke Oliveira e Chris Dirkmaat. “A missão da FAO veio conhecer o Serviço Florestal e sua estrutura no que se refere às atividades do IFN”, afirma o diretor de Pesquisas e Informação do SFB, Joberto Freitas. A delegação é composta de dois integrantes da FAO em Roma (Itália) e dois no Brasil.

Comitê Diretivo

Durante a visita da delegação, foi implantado o Comitê Diretivo do Projeto GEF, formado por integrantes do órgão executor e da agência executora, ou seja, o Serviço Florestal e a FAO, e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Ministério das Relações Exteriores, que representarão o governo brasileiro.

O Comitê Diretivo será responsável por coordenar a execução do Projeto GEF, o que inclui realizar o planejamento financeiro das atividades e avaliar o plano de trabalho para o Inventário Florestal Nacional. A duração do Projeto é de cinco anos.

Segundo Freitas, os recursos serão utilizados para viabilizar parcerias com instituições para atuar no IFN e ações como a coleta de dados em campo e o processamento dessas informações, o desenvolvimento de programas de pesquisa, capacitação e controle de qualidade, além da promoção da aplicação e disseminação de informações e resultados do IFN.

O Inventário Florestal Nacional é a primeira iniciativa a levantar a qualidade e quantidade das florestas brasileiras de forma ampla, com a obtenção de dados sobre estoques de biomassa e carbono, espécies de árvores e condição fitossanitária (saúde) delas, entre outros, além de um levantamento socioambiental com moradores para conhecer sua percepção sobre os recursos florestais.

Já foram levantados os recursos florestais de Santa Catarina, primeiro estado a concluir seu inventário com a metodologia do IFN, e o Distrito Federal, que está em fase de análise dos dados. O Serviço Florestal, responsável pelo IFN, também já estabeleceu parcerias com os estados do Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Sul e Ceará.

Rikke Oliveira e Chris Dirkmark também chefiaram um workshop de treinamento sobre o GEF para membros da FAO na sede do órgão, em Brasília. Além de funcionários da FAO Brasil, participaram integrantes de escritórios na Argentina, Uruguai, Chile e Colômbia.

Fonte: Divisão de Comunicação do Serviço Florestal Brasileiro e FAO, www.fao.org.br.