Desmatamento registra menor taxa para mês de setembro

Dados do Inpe revelam que a área desmatada foi a menor para o mês, desde 2004, quando foi o sistema Deter, do Inpe, foi criado. Queda é resultado do reforço da fiscalização. Ministra Izabella divulgou dados nesta segunda-feira 31/10/2011

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta segunda-feira (31/10) em Brasília, registram, para setembro, uma queda de 43% no total da área desmatada na Amazônia Legal, com relação ao mesmo período de 2010. A área desflorestada foi de 254 Km2, enquanto no ano passado chegou a atingir 478 Km2. A redução foi de quase 195 Km2.

Desde que o Deter, sistema que mede o desmatamento em tempo real, foi criado, em 2004, essa é a menor taxa de desmatamento registrada para o período. A ministra Izabella Teixeira referiu-se ao mês como “setembro verde”, considerando o resultado “muito bom”, pois freou a ação dos desmatadores verificada principalmente no mês de abril. Os alertas gerados pelo Deter orientam o trabalho dos fiscais do Ibama.

O resultado foi atribuído à estratégia de criar um gabinete de crise e reforçar a fiscalização com o apoio da Polícia Federal, Força Nacional e Exército. O ministério está avaliando as causas do surto de desmatamento verificado em abril e que ocasionou a criação do Gabinete de Crise. O rigor na fiscalização, verificado após o início da ação conjunta, vai continuar, assegurou Izabella.

Segundo ela, “o Ibama não diminuiu, nem vai diminuir a fiscalização na Amazônia nos meses que restam para fechar o ano.” Em novembro e dezembro as taxas de desmatamento costumam apresentar reduções expressivas, já que condições climáticas da floresta inviabilizam o desmate. “Mesmo assim, vamos manter 250 fiscais do Ibama em atividade na fiscalização”, garantiu Izabella.

Pelas projeções dos técnicos do Ibama, 2011 deve fechar o ano com desmatamento inferior a 2010. Até agora, a redução foi de 1,5%, com área total desmatada de janeiro a setembro de 1,83 mil Km2, contra 1,86 mil no período anterior. Os números do Deter, que mostram as tendências do desmatamento, indicam que haverá redução no período.

Estados – O Mato Grosso foi o estado que mais desmatou no período de janeiro a setembro de 2011. Ele é responsável por 48% de todo o desflorestamento registrado na Amazônia Legal esse ano. A área desmatada chegou a 880 Km2, de um total de 1,8 mil Km2 registrado em toda a Amazônia Legal. O Deter utiliza dados dos satélites Modis e do CBERS e pode registrar áreas degradadas de até 25 hectares. A precisão dos dados depende das condições do tempo, que em setembro esteve nublado em apenas 5% do território coberto.

Fonte: ASCOM
Ministério do Meio Ambiente-Esplanada dos Ministérios – Bloco B – 70068-900 – Brasília – DF

SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO (SFB) recebe missão da FAO para tratar do Inventário Florestal Nacional

Entidades vão trabalhar em conjunto na execução do Projeto GEF, que destinou cerca de 9 milhões de dólares para apoio técnico e financeiro ao levantamento das florestas no país.

O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) recebeu entre os dias 18 e 21 de outubro, uma missão da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para tratar do Inventário Florestal Nacional (IFN), iniciativa do governo brasileiro para levantar a qualidade e quantidade das florestas no país.

As duas entidades vão trabalhar em conjunto nas atividades de implementação do IFN que envolvem recursos de aproximadamente 9 milhões de dólares disponibilizados pela organização Global Environment Facility (GEF). O GEF fornece subsídios aos países em desenvolvimento para projetos que auxiliem a enfrentar os desafios ambientais globais e a promover meios de ações sustentáveis.

A FAO é quem irá operar os recursos financeiros do Projeto GEF, como foi denominada a ação de apoio técnico e financeiro ao Inventário Florestal Nacional com recursos da organização. Integraram a missão os oficiais do departamento de finanças da FAO em Roma, Rikke Oliveira e Chris Dirkmaat. “A missão da FAO veio conhecer o Serviço Florestal e sua estrutura no que se refere às atividades do IFN”, afirma o diretor de Pesquisas e Informação do SFB, Joberto Freitas. A delegação é composta de dois integrantes da FAO em Roma (Itália) e dois no Brasil.

Comitê Diretivo

Durante a visita da delegação, foi implantado o Comitê Diretivo do Projeto GEF, formado por integrantes do órgão executor e da agência executora, ou seja, o Serviço Florestal e a FAO, e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Ministério das Relações Exteriores, que representarão o governo brasileiro.

O Comitê Diretivo será responsável por coordenar a execução do Projeto GEF, o que inclui realizar o planejamento financeiro das atividades e avaliar o plano de trabalho para o Inventário Florestal Nacional. A duração do Projeto é de cinco anos.

Segundo Freitas, os recursos serão utilizados para viabilizar parcerias com instituições para atuar no IFN e ações como a coleta de dados em campo e o processamento dessas informações, o desenvolvimento de programas de pesquisa, capacitação e controle de qualidade, além da promoção da aplicação e disseminação de informações e resultados do IFN.

O Inventário Florestal Nacional é a primeira iniciativa a levantar a qualidade e quantidade das florestas brasileiras de forma ampla, com a obtenção de dados sobre estoques de biomassa e carbono, espécies de árvores e condição fitossanitária (saúde) delas, entre outros, além de um levantamento socioambiental com moradores para conhecer sua percepção sobre os recursos florestais.

Já foram levantados os recursos florestais de Santa Catarina, primeiro estado a concluir seu inventário com a metodologia do IFN, e o Distrito Federal, que está em fase de análise dos dados. O Serviço Florestal, responsável pelo IFN, também já estabeleceu parcerias com os estados do Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Sul e Ceará.

Rikke Oliveira e Chris Dirkmark também chefiaram um workshop de treinamento sobre o GEF para membros da FAO na sede do órgão, em Brasília. Além de funcionários da FAO Brasil, participaram integrantes de escritórios na Argentina, Uruguai, Chile e Colômbia.

Fonte: Divisão de Comunicação do Serviço Florestal Brasileiro e FAO, www.fao.org.br.