A empresa paulista Desenvolvimento Rodoviário (Dersa) e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), vinculadas ao governo do Estado de São Paulo, assinaram convênio nos últimos dias para a construção de 600 unidades habitacionais para a população que vive em situação irregular na área a ser desapropriada para a construção do Rodoanel Norte. Os reassentamentos serão realizados nos municípios de São Paulo e Guarulhos.
Segundo Laurence Casagrande Lourenço, presidente da Dersa, o investimento acertado foi de R$ 73 milhões e atenderá 30% dos reassentamentos necessários para a construção da obra. Serão removidas cerca de 2 mil famílias.
A previsão é que as obras de habitação comecem em setembro ou outubro deste ano. “Ainda estamos procurando áreas para construir os imóveis, mas os condomínios devem começar a ser construídos antes do Rodoanel”, diz Lourenço, que participou ontem de evento sobre logística e transporte promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A Dersa também tem conversado com a Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab), da prefeitura de São Paulo, em busca de doação de terrenos para esses investimentos. “A construção, porém, será realizada pela CDHU, que acompanhará o empreendimento algum tempo após as famílias serem transferidas”, diz Lourenço.
Para casos em que não seja viabilizado o reassentamento imediatamente, a Dersa proverá uma bolsa-aluguel no valor de R$ 480 por mês até que a situação seja regularizada.
Além dos reassentamento, serão desapropriados 2 mil imóveis, um custo estimado de R$ 560 milhões. A equipe da Dersa tem feito visitas nas áreas que serão atingidas pela obra para esclarecer dúvidas sobre o projeto. Serão realizados mais quatro encontros até o fim do mês, dois em São Paulo e dois em Guarulhos.
Segundo o presidente da Dersa, o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) deverá analisar a liberação da licença prévia para o projeto em reunião extraordinária marcada para o dia 28 de junho. O traçado definitivo desse trecho será definido pelo conselho, segundo Lourenço.
“Nosso estudo de impacto ambiental possui variantes do traçado que contemplam reivindicações das prefeituras. Temos a nossa posição sobre qual é a melhor opção, mas quem vai decidir como deverá ser feito é o Consema”, diz Lourenço, negando que a Dersa tenha mudado a sua opinião em relação ao traçado original.
O trecho Norte do Rodoanel terá 44 quilômetros e demandará um investimento de R$ 4,5 bilhões. A União deve entrar com um terço dos custos de construção. A via ligará o trecho Leste, em Mauá, ao trecho Oeste, passando pelos municípios de Arujá, Guarulhos e São Paulo.
Fonte: Valor Econômico, Por Samantha Maia,16 de junho de 2011
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