Um balanço publicado no fim de semana no Estado de S. Paulo mostra que os contratos recentes de construtoras estrangeiras no Brasil já somam mais de R$ 10 bilhões. Essa forte chegada é reflexo da crise europeia e do promissor mercado brasileiro.
Na reportagem, algumas empresas nacionais reclamam da presença das estrangeiras, que estariam praticando preços muito baixos e correriam o risco de não entregar o que prometeram.
O fato é que a concorrência das estrangeiras pode ser benéfica ou ruim. Depende da licitação e da fiscalização sobre preços e qualidade da obra.
Evidentemente, devemos exigir contrapartidas nos países de origem das empresas que chegam a um dos mais promissores mercados de obras de infraestrutura, energia, gás e petróleo do mundo, e mesmo de construção civil em geral. Sem isso, seríamos no mínimo ingênuos num mundo de crescente protecionismo.
Dumping (vender um produto abaixo de seu preço normal), atrasos, não realização de obras e descumprimento dos contratos podem e devem ser evitados. Isso pode se dar tanto na licitação quanto depois, simplesmente convocando o segundo colocado, rompendo o contrato ou mesmo negociando conforme a lei e o repasse para as outras empresas.
Obras
Entre as obras que atraíram as estrangeiras, estão quatro lotes do Rodoanel Trecho Norte de São Paulo, a linha de transmissão entre Macapá e Manaus, as BRs 116 e 324, a linha 4 do metrô de São Paulo e os quebra-mares do superporto do Açu.
Os novos pacotes de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos também interessam às estrangeiras, além, claro, do Trem de Alta Velocidade, o chamado trem-bala.
Publicado em 28-Jan-2013
http://www.zedirceu.com.br//index.php?option=com_content&task=view&id=17314&Itemid=2