Seg, 15/07/2013 – Conheça as pedras no caminho do Rodoanel. Licenças de instalação foram emitidas, mas falta conclusão da averiguação do BID, que financia obra.

Estão a todo vapor as obras do trecho norte do Rodoanel Mário Covas, que promete reduzir em 23% o volume diário médio de caminhões na Marginal Tietê. Isso representa 17 mil veículos pesados a menos por dia na época da conclusão, em março de 2016, segundo o governo de São Paulo.

As máquinas já estão invadindo a mata na Serra da Cantareira, na Zona Norte, a maior floresta urbana do mundo, com 64,8 mil hectares. Depois que as últimas licenças de instalação foram emitidas, no começo deste mês, o governo instalou três canteiros de obra para a via que vai ligar o trecho oeste do rodoanel (que acaba na Rodovia dos Bandeirantes) à Rodovia Fernão Dias, numa extensão de 44 quilômetros.

Embora o governo considere vencida a batalha travada há anos com ambientalistas e moradores da região, ainda falta remover uma pedra do caminho das máquinas: o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que vai financiar R$ 2 bilhões dos R$ 5,6 bilhões totais, abriu uma investigação para verificar possíveis impactos causados ao meio ambiente e à população vizinha da construção e pode sustar a liberação de recursos.

Segundo documento do BID obtido pelo DIÁRIO, a investigação foi acionada por moradores da região que alegam dano irreparável ao meio ambiente, já que o projeto incluiria o corte de 98 hectares de vegetação florestal na área protegida, resultando em desmatamento inadequado. “Afirma também o requerente que o trecho norte do rodoanel passa por uma área de fontes que fornecem e levam 55% da água para a população da cidade de São Paulo e, portanto, poderia comprometer a qualidade e o acesso a esses recursos hídricos”, diz o relatório do BID.

O documento de investigação do banco cita também possíveis prejuízos aos milhares de moradores das regiões por onde passa o traçado da obra, nos municípios de São Paulo, Arujá e Guarulhos. O governo argumenta que vem prestando todos os esclarecimentos ao BID e estima que 1,5 mil imóveis sejam desapropriados e 4,6 mil famílias, reassentadas.

Fonte: FERNANDO GRANATO
fernando.granato@diariosp.com.br

http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/53846/Conheca+as+pedras+no+caminho+do+Rodoanel