Qua, 29 de maio de 2013 – Rodoanel vai contratar mais 500

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Alberto Luiz Lodi (à direita), outros representantes da SPMar e público em geral participaram de lançamento de cursos / Foto: Divulgação

A concessionária SPMar, responsável pelo trecho leste do Rodoanel Mário Covas, deve contratar nos próximos meses mais 500 trabalhadores, sendo a maior parte do Alto Tietê, para que integrem as frentes de trabalho espalhadas pela via. O objetivo é intensificar os serviços em canteiros já montados e iniciar as obras nos entroncamentos em que o corredor cruzará com as rodovias Ayrton Senna (SP-70) e Presidente Dutra (BR-116), cujas últimas licenças ambientais foram emitidas há pouco mais de 10 dias.

As informações foram passadas pelo diretor executivo da empresa, Alberto Luiz Lodi. Ele esteve ontem (28) pela manhã no lançamento de cursos profissionais na Secretaria Municipal da Indústria e Comércio de Itaquaquecetuba (saiba mais nesta página). “Hoje temos 5,2 mil colaboradores em 51 frentes de trabalho. Com as novas licenças recebidas há 10 dias para a construção dos dispositivos (lotes) 8, na Ayrton Senna, 9, na Ayrton Senna com a Dutra e o 10, este finalizando na Via Dutra, onde acaba o trecho leste. As liberações foram emitidas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e para reforçar as obras devemos contratar mais 500 pessoas, grande parte da Região”, explicou.

No lote 8, em Itaquá, estão projetados um viaduto e alças de acesso que vão ligar o novo corredor com a SP-70. Haverá a abertura de pistas sobre a região da Itaquareia. No seguinte serão feitos serviços de retirada da vegetação, a terraplanagem, além de acessos à Ayrton Senna e à BR-116. Por fim, já em Arujá, a última etapa prevê outra entrada para a Via Dutra e ligação com o trecho norte do Rodoanel, a ser concluído até 2016. (Lucas Meloni)

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Fonte: http://odiariodemogi.inf.br/cidades/cidades/15606-rodoanel-vai-contratar-mais-500.html

Trecho leste do Rodoanel tem viaduto de 8,8 km construído com tecnologia portuária

Sistema com uso de cantitravel elimina etapas construtivas e reduz deslocamento de mais de 4,5 milhões de m³ de terra.

A obra do encontro leve estruturado do trecho leste do Rodoanel possui tecnologia portuária que permite a cravação das estacas de sustentação de forma aérea, ou seja, sem contato com o solo. O encontro leve é um viaduto de 8,8 km de extensão que está sendo construído em Suzano (SP), sobre as várzeas dos rios Tietê e Guaió. A execução dele é feita com auxílio de uma máquina chamada cantitravel. Segundo a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), é a primeira vez que esse equipamento, geralmente utilizado em obras portuárias, é usado para construção de uma rodovia.

Na manhã desta quinta-feira (19), as obras do viaduto foram visitadas pelo governador Geraldo Alckmin, que destacou a solução adotada, principalmente por reduzir o impacto ambiental nas várzeas, que recebem as cheias dos rios. Nesse trecho do Rodoanel, as pistas serão suspensas e o uso do cantitravel evitará o deslocamento de 4,5 milhões de m³ de terra, quantidade equivalente a dois estádios do Macaranã cheios, segundo a Artesp.

Se a execução fosse feita por meio do sistema convencional, seria necessário executar dragagem, escavações ou aterros para execução dos blocos de fundação e, a partir daí, pilares e a estrutura seriam construídos. Com a tecnologia adotada, essas intervenções são dispensadas e a estaca é o próprio pilar do viaduto. Ao todo, serão utilizadas 2.880 estacas, 8.640 vigas, 183 mil m³ de concreto e 22 mil toneladas de aço.

O encontro leve estruturado terá 8,8 km de extensão e será complementado por mais dois viadutos, que atravessarão as rodovias Henrique Eroles e Ayrton Senna, totalizando 12 km. Assim, será a maior ponte do Estado de São Paulo e a segunda do País, atrás apenas da Ponte Rio Niterói, com 13 km.

O investimento para a construção das pistas suspensas será de R$ 380 milhões. José Alberto Bethônico, diretor de engenharia da concessionária SPMar, empresa do Grupo Bertin que administra o trecho sul e está construindo o trecho leste do Rodoanel, explica que o custo por m² será um pouco superior ao sistema convencional. Mas, o prazo de execução será menor, garantindo a entrega no prazo. Além disso, a obra será sustentável, como exigia o governo.

Ao todo, o trecho leste do Rodoanel custará R$ 2,8 bilhões e será concluído em março de 2014. O diretor de engenharia da SPMar afirmou que as obras estão dentro do cronograma e o encontro leve deverá ser entregue cerca de um mês antes desse prazo.

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19/Julho/2012 – Romário Ferreira

http://www.piniweb.com.br/construcao/tecnologia-materiais/trecho-leste-do-rodoanel-tem-viaduto-de-88-km-construido-263079-1.asp

Encontro Leve Estruturado – Trecho Leste do Rodoanel

A obra do encontro leve estruturado do trecho leste do Rodoanel possui tecnologia portuária que permite cravação das estacas de sustentação de forma aérea. O encontro leve é um viaduto de 8,8 km de extensão que está sendo construído em Suzano (SP), sobre as várzeas dos rios Tietê e Guaió. http://goo.gl/n9pZR

JORNAL DA SERRA DA CANTAREIRA – COPA DO MUNDO, RODOANEL E O ATAQUE À CANTAREIRA: O JOGO COMEÇOU

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Foto: Celso Heredia / Estrada de Santa Inês (ETA Guaraú)

Antes de se iniciar a COPA-2014, o jogo pela conquista do espaço vital e pela disputa do bolo já está em campo. De um lado, o governo com seu poderoso arsenal se prepara para desventrar a Serra da Cantareira com o rodoanel-trecho norte, ‘a maior obra rodoviária do País’, vitrine do governo Alckmin, contemplada pelo PAC: obra bilionária, de mais de seis bilhões. Com seus sete túneis a 90 metros de profundidade e mais de 20 viadutos se equilibrando nos contrafortes da serra (cujo solo é mais vulnerável que o das áreas de Teresópolis), a super-rodovia promete ser uma panaceia para tudo, desde retirar o tráfego pesado das marginais, reduzir a poluição do centro urbano, até criar milhares de empregos. “A OBRA É INEVITÁVEL’, insiste o governo.

De outro lado estão os resistentes: mais de 10 000 brasileiros que perderão seus lares (se juntarmos os ´refugiados ambientais` dá para encher um estádio) e uma pequena liderança, que alguns, com desdém, sempre buscam desqualificar nominando-os como o ‘exército de Brancaleone’. Além destes, estão ainda outros, bem informados e conscientes. Mas a maioria pouco sabe, não se informa e nem se envolve…

‘Assina aqui que o trator vem atrás’

Apitado o início da partida, o governo promete iniciar as obras depois do carnaval, ou antes da Páscoa, o que dá no mesmo. Empréstimos externos obtidos, licitação executada, empresas contratadas, inclusive astros da Espanha, os tratores batem às portas. E já começa o plano de remoção forçada dos milhares de residentes, na sua maioria sem titulação legal de seus imóveis. E aí vem a Operação Arrastão – ´assina aqui que o trator já vem atrás, derrubando tudo e, se não estiver de acordo, vá discutir na justiça, mesmo porque seu vizinho já concordou`. Isto é terror de estado desrespeitando os direitos humanos – alertam os resistentes.

O jogo se radicaliza, não adianta ponderar. Vejam: o ex-governador Serra, um tecnocrata, reconhecia a fragilidade serrana da Cantareira e dizia textualmente “Ao invés do rodoanel, vamos pensar na rodoferradura”. Porque não? Mas bastou sair do gramado e seu conselho foi embora com ele.

Cantareira não é a bola da vez

E neste momento entra em campo o carrossel holandês fazendo tremer os alicerces do Itaquerão – COPA DO MUNDO SIM, MAS A CANTAREIRA NÃO É A BOLA DA VEZ. Começam por desconstruir as falácias que o governo divulga para vender o rodoanel: vai desafogar as marginais. Falso! Cinco especialistas em tráfego e logística desmentem essa afirmativa. Menos poluição na cidade. Falácia! Na realidade, essa poluição será exportada para áreas de pureza ambiental.

Alertam os ambientalistas que, a despeito de se afirmar que os danos da obra foram minimizados, a realidade será esta: destruição de mais de 200 nascentes, destruição de áreas verdes correspondentes a dois Parques Ibirapuera, destruição dos mecanismos naturais que impedem o avanço das ilhas de calor, brutal movimento de terra que entupirá o Tietê, mais impermeabilização do solo, potencializando as enchentes catastróficas na cidade, impactos na Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de SP, distúrbios nos 11 Parques Municipais da Borda da Cantareira, dano à saúde publica, violação do Plano Diretor da Cidade e violação das normas de empréstimos do BID. Realmente, uma imagem negativa para o Brasil no início da Copa – que ironia – cujos símbolos serão o tatu-bola, o mico leão dourado e o muriqui, animais em extinção. Ação marqueteira despudorada. Pura hipocrisia dizer que o Brasil protege a natureza quando debaixo de nossos olhos ela é destruída na cara dura. A turma do Itamaraty está preocupada com tal contradição, e a UNESCO observa no banco dos reservas.

Cartões vermelhos

Retórica à parte, o que esses românticos ambientalistas colocam concretamente para a arbitragem? Existem ao menos cinco cartões vermelhos na marca do pênalti.

-Ação Civil Publica – A.I. 20 503-35.2012.8.26.000, onde o Procurador de Justiça Daniel Fink é fulminante: o rodoanel viola o Plano Diretor da Cidade. Manda cassar todas as Licenças da obra imediatamente e comenta que obras como essa levam a cidade de São Paulo ao caos.

-O Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Américo, um dos pais do Plano Diretor de 2002, não deixa margem à dúvida: esta obra viola as legislações local, nacional e internacional, e principalmente o Plano Diretor. Uma forma de tornar o processo democrático é colocar o rodoanel em discussão no bojo do novo plano diretor que começa a ser discutido agora.

-Várias ONGs nacionais e internacionais lideradas por PROAM, (está entre as mais antigas do País e foi recentemente eleita em primeiro lugar para o CONAMA), conseguiram do BID-MICI (Mecanismo Independente de Consulta e Investigação) elegibilidade para receber um Painel de Investigação (BR –MICI003-2011.MARIO COVAS RODOANEL NORTHERN SECTION MEMORANDUM OF ELIGIBILITY FOR THE COMPLIANCE REVIEW PHASE-Dec. 23, 2011) que deve visitar o Brasil em maio-junho de 2013. Mais de 30 documentos foram encaminhados a Washington, e o Painel de Investigação já admite que várias denúncias procedem. Tudo o que os resistentes exigem é uma investigação externa, independente, imparcial, transparente. O governo grita que esta elegibilidade não existe. É puro jus sperneandi …

-Recentemente, acadêmicas de Berkeley, School of Law- SEEJ (Students for Economic and Environmental Justice) visitaram o Brasil a convite de PROAM, fizeram análises de campo e de gabinete, comprovaram o teor das denuncias da comunidade e fizeram uma representação ao Congresso Americano, pedindo o embargo imediato das verbas do BID para o rodoanel, acompanhada de carta a mais de 20 Senadores Americanos. É sabido que o Tesouro Americano é o maior supridor de recursos ao BID e busca evitar remessa de dinheiro ao exterior para violar os direitos humanos e a natureza. Há mais de 20 anos, quando o Vale do Tremembé e a Cantareira foram ameaçados por uma rodovia, o Senado Americano exigiu do BID investigação rigorosa, e os recursos foram anulados.

-Moção do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica à Ministra de Meio Ambiente, solicitando revisão da obra pelos impactos negativos causados.

Folclore

Em jogo que se preza não podem faltar o folclore, as conversas de bastidores, as fofocas de vestiário, nem galo preto na encruzilhada. Aqui também tem isto. Já houve um espetáculo antropofágico no Teatro Oficina, onde artistas, intelectuais e muitos outros setores da sociedade repudiaram a obra. O curupira, o jurupará e o saci foram invocados para proteger o solo sagrado da Cantareira.

IBAMA de SP: comportamento esdrúxulo

Na concessão da Licença prévia da obra, a Superintendência do IBAMA em SP afirmou que ´não havia tido tempo para analisar tão complexa matéria` (sic) . Mesmo assim o processo obteve licença!!! Sabedora do caso, a ministra do meio ambiente ficou furibunda e esbravejou: ´vocês me conhecem, pão pão, queijo queijo, no embromation`. Ato continuo, chamou seu funcionário e exigiu maior rigor na análise do jogo.

Abdução? O Parecer emitido pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente foi firmado por mais de seis técnicos do mais alto nível dessa Pasta, que encontraram mais de 60 inconsistências técnicas e ilicitudes no estudo oficial e o taxaram de ‘medíocre’ (Parecer N.104/DECONT- 02/2011).

Apontam que no campo da várzea da fazenda Santa Maria existem mais de 200 macacos (nenhuma alusão aos jogadores brasileiros discriminados no exterior) que ficariam desabrigados… Depois dos sem-terra, dos sem-teto, agora teremos os sem-árvore. Por que não escolher esses bichos como símbolo da Copa? Hoje tal Parecer vem à luz, produzindo arrepios na torcida.

Bilhões e bilhões: que você também paga

As novas arenas da COPA-2014 foram estimadas originalmente em cerca de 2 bilhões, e hoje o orçamento anda pela casa dos 7 bilhões (OESP- 03/03/13). Com o rodoanel acontece o mesmo, e o senhor Pagot- ex DENIT afirmou, em revista de grande circulação, que nos trechos já construídos do rodoanel havia improbidade administrativa. Os ambientalistas denunciaram esses fatos graves à Presidência da República, que os acolheu e encaminhou a CGU, pedindo investigação (Ofício N.2018/2012-GP/GAB/GESTÃO/AGI).Chamado a depor no Parlamento, Pagot desconversou – tudo não passava de ´conversa de botequim`. Na realidade, Pagot não quis pagar o pato sozinho e passou de pato a ganso, para ficar no jargão futebolístico. Os ambientalistas exigem transparência nas contas e afirmam que, se no preço das obras do rodoanel forem acrescidos os passivos socioambientais e os serviços da natureza (água, ar, amenização climática, saúde, etc.) o custo total da rodovia se aproximará dos 50 bilhões. Afirmam que deve haver ética e controle social…”Esses ecologistas continuam uns eternos ingênuos. Acreditam no coelhinho da Páscoa”, diz a torcida.

Herança da ditadura

Historicamente, os governos militares sempre jogavam essas mega-estruturas em áreas de pureza ambiental. Tudo para diminuir os custos de desapropriação, claro. Assim começaram a construir o aeroporto internacional de São Paulo, em cima da Reserva de Caucaia- Morro Grande, hoje, coração da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de SP. A sociedade indignada se mobilizou e, liderada por pessoas que corajosamente combatiam a ditadura, obrigou o governo a retroceder. O cardeal Arns (um papável, na época) rezou missa campal no local, e o aeroporto voou para outras bandas.

No fim da década de 1980, o governo municipal planejou uma rodovia que cortaria o Horto Florestal e vários bairros da zona norte da cidade. O paredão sul da Cantareira seria escancarado à especulação imobiliária, o desmatamento iria campear e milhares de pessoas da vizinhança seriam jogadas na rua. Tudo com dinheiro do exterior, do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). A sociedade se mobilizou, exigiu uma perícia externa do banco. Vieram seis peritos desde Washington e, constatando a procedência das denúncias, mandaram cancelar o empréstimo. Este caso se torna referência internacional, e a líder do movimento, Vera Lucia, relata esta história de êxito no exterior.

Na sequência, o governo do estado lança a VPM- via perimetral metropolitana, DNA do atual rodoanel. Novamente a sociedade se mobiliza sob o comando de Vera Lucia, Cardeal Arns, prof. Aziz Ab’Sáber, prof. Paulo Nogueira Neto, jornalista Randau Marques e jurista Ascanio Castilho. São coletadas 150.000 assinaturas e, avançando para além da defesa, conseguem transformar a região ameaçada em Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de SP, um patrimônio planetário, ao abrigo da UNESCO. O Banco Mundial, que deveria financiar a obra, nega o empréstimo, e a iniciativa perde momentum histórico.

Fonte: http://www.jornaldaserra.com.br/#
Fundado em Agosto de 1991
Diretores: Celso Heredia e Isabel Raposo, Jornalista responsável
MTb 19268