Inaugurado no início de 2010, o Trecho Sul do Rodoanel foi considerado uma das maiores obras viárias do País. Entre as compensações ambientais exigidas, estavam a construção de sete parques e unidades de conservação – alguns abertos à visitação e outros fechados, apenas para garantir a preservação da vegetação e fauna locais. Dois anos depois, porém, duas dessas áreas ainda não estão prontas. O governo estadual diz que teve problemas com as desapropriações.
1. Quais foram os impactos ambientais do Rodoanel Sul?
A obra viária, de 62 km de extensão e três pistas em cada sentido, foi erguida em importante área de manancial na zona sul de São Paulo. Entre os impactos causados pela obra, estão o corte de 339 mil árvores e o aterramento de pequenas áreas dentro das Represas Billings e do Guarapiranga.
2. O que foi exigido em troca?
Uma das principais exigências foi a construção de sete parques – número que inclui também unidades de preservação que seriam fechadas à visitação do público e serviriam para impedir a urbanização dessas áreas. Os parques estavam orçados em cerca de R$ 130 milhões. Além disso, a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) também deveria plantar mais de 2 milhões de mudas de árvores.
3. Qual era o prazo original para que os parques fossem entregues?
Originalmente, até dezembro de 2010, ano da inauguração do Trecho Sul. Em maio de 2011, porém, o Estado mostrou que apenas um dos parques havia sido entregue até então, no município de Embu das Artes.
4. Agora, quantos parques já estão prontos?
Segundo o presidente da Dersa, Lawrence Casagrande, cinco já foram repassados às prefeituras, que farão as gestão das áreas verdes. Outros dois, porém, ainda estão com problemas pendentes na desapropriação – um em São Paulo e outro em São Bernardo do Campo. “Muitas dessas áreas têm poceiros, ou seja, uma pessoa tem a escritura do terreno, mas outra mora lá há 30, 40, 50 anos. E fica uma briga na Justiça para saber quem recebe o recurso da desapropriação”, afirmou Casagrande.
5. O que será feito para que problemas como esses não se repitam?
Para os parques do Rodoanel Norte, por exemplo, a Dersa quer deixar de ser a responsável pela desapropriação. “O ideal é que a Dersa, que é uma empresa, repasse o dinheiro para que a própria Prefeitura faça a desapropriação e as obras. Certamente, vai agilizar o processo”, afirmou Casagrande.
A QUEM RECLAMAR
DERSA
www.dersa.sp.gov.br
Ouvidoria do governo de SP (11) 3111-6800
http://www.ouvidoria.sp.gov.br
http://www.cidadao.sp.gov.br
Ministério Público
(11) 3119-9000
ouvidoria@mp.sp.gov.br
Fonte: Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli – O Estado de S.Paulo – 17/07/2012.