Sociedade civil organiza ato contra o Rodoanel Norte, dia 16 de junho de 2012, sábado, das 14:00 às 16:00 horas, na área livre, ao lado da Biblioteca de São Paulo, junto à estação de metrô Carandiru.

Lideranças comunitárias e ambientalistas convocam um Ato Cívico contra o Rodoanel Norte. O ato público acontecerá no dia 16 de junho, sábado, das 14h às 16h, na área livre ao lado da Biblioteca de São Paulo, junto à estação de metrô Carandiru.

Na reunião, os militantes pretendem esclarecer a opinião pública sobre os problemas que a megaobra provocará ao delicado sistema da Serra da Cantareira e às áreas de amortecimento do Parque Estadual da Cantareira, além de alertar para as interferências no clima de toda a cidade.

Os organizadores do Ato Cívico lembram também que a obra vai estimular o uso do automóvel particular, na contramão da tendência mundial de reduzir o carro no meio urbano: com os R$ 6,5 bilhões destinados ao projeto do Rodoanel Norte seria possível construir 24 km de metrô convencional (valor médio/km), 162 km de monotrilho semelhante ao que está sendo feito na extensão da linha 2-Verde e na linha 17-Ouro, ou ainda 1.180 km de corredores de ônibus. Por que não investir esses recursos em transporte coletivo em vez de realizar mais uma obra de estímulo ao carro particular?, questionam os militantes.

A seguir, alguns pontos destacados pelo manifesto, compreendendo problemas sociais, econômicos e ambientais que serão provocados pelo trecho norte do Rodoanel. Confira:

1. A obra será uma agressão ao maior patrimônio ambiental da cidade, a Serra da Cantareira, área decretada pela Unesco como Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo.

2. Contramão histórica: numa época de busca de sustentabilidade, é o que se pode dizer da proposta de construção de uma megaestrada tão próxima à área urbana (trechos a 11 km do centro), para o trânsito de carros e caminhões. ?Será uma nova avenida Marginal, paralela à Marginal do Tietê?, dizem especialistas.

3. Discutível benefício para o trânsito paulistano, em função do tráfego recolhido por essa obra, que deixaria de adentrar a cidade. Há estudos que mostram que esse benefício seria irrisório, se comparado aos transtornos ambientais e ao custo financeiro.

4. Chegada de enorme quantidade de gases, materiais particulados e ruído urbano a uma região intacta, de preservação ambiental e de mananciais. Significa levar poluição intensa à área de preservação.

5. A proposta do Ferroanel, recém anunciada pelos governos estadual e federal, a começar exatamente no Trecho Norte, contempla a retirada de cargas pesadas do centro da cidade, a um custo de obra 4 vezes menor: R$ 1,2 bilhão. Para que o Rodoanel, se virá o Ferroanel, que pode ter um projeto ampliado, com centros de abastecimento e descarga para os produtos com destino à Região Metropolitana de São Paulo?

6. Risco gravíssimo ao abastecimento de água a 55% de toda a população da Grande São Paulo, uma vez que o traçado proposto intercepta os troncos de abastecimento que saem da ETA Guaraú, na Pedra Branca, a maior estação de tratamento de água do Brasil.

7. O tramo Norte estaria passando em trechos a apenas 11 km do centro da cidade, enquanto em outras regiões está a mais de 20 km do centro. O seu trajeto se dá praticamente só por área de mata e terrenos livres, significando impermeabilização de uma enorme área (exemplo: Faz. Santa. Maria, no Tremembé), cujo recalque de água causará enchentes , sobrecarregando córregos que afluem ao Tietê.

8. São 44 km de estrada, com um calibre de obra de 150 metros, sem considerar as áreas de canteiro de obras, passando por enormes áreas semi.rurais e verdes em São Paulo, Guarulhos e Arujá, impactando a saúde e a qualidade de vida de toda a Grande São Paulo.

9. A demanda de tráfego nesse trecho já foi assumida pelo governo como menor do que nos outros trechos. Assim não se justifica os enormes custos financeiros e ambientais anunciados para a obra. Em termos de mobilidade urbana, é discutível a prioridade do investimento inicial de R$ 6,5 bilhões nessa obra, e não na construção de mais linhas de metrô e corredores de ônibus.

10. A serra da Cantareira cumpre funções de equilíbrio climático indiscutíveis. A colocação desse colar de asfalto e concreto junto a sua área reduzirá esse benefício à região metropolitana que, historicamente, não deu atenção a um planejamento equilibrado. A temperatura de São Paulo, que tem na serra da Cantareira um atenuador natural, subirá inevitavelmente.

*Texto de responsabilidade exclusiva da fonte aqui reproduzida.

Fonte: Blog Rodoanel (http://rodoanelnorte.wordpress.com)

Fonte: publicado em 06/06/2012 www.revistacaminhoneiro.com.br/noticias/informacoes_das_rodovias/sociedade_civil_organiza_ato_contra_o_rodoanel_norte.html