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Comissão aprova audiência sobre Trecho Norte do Rodoanel

A Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente aprovou nesta quarta-feira a realização de uma audiência pública sobre o Trecho Norte do Rodoanel Mário Covas, em data ainda a ser marcada.

O colegiado também aprovou um requerimento do vereador Chico Macena (PT) que pede informações à Secretaria Estadual de Logística e Transportes e à Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) sobre o traçado definitivo do Trecho Norte e o número de famílias que serão deslocadas por conta da obra.

De acordo com o vereador Juscelino Gadelha (PSB), o traçado do Rodoanel já foi alterado algumas vezes e a Câmara ainda não teve acesso ao projeto final, tampouco aos dados sobre a quantidade de pessoas afetadas pela intervenção viária. A ideia é realizar a audiência logo após o recebimento das informações solicitadas ao governo do Estado.

Também na reunião desta quarta-feira, a comissão aprovou outro requerimento com pedido de esclarecimentos à Secretaria Municipal de Habitação sobre a eleição do Conselho Municipal de Habitação.

Segundo o vereador Ítalo Cardoso (PT), os critérios do pleito foram questionados por movimentos e entidades que lutam por moradia, e uma ação civil pública interposta pelo Ministério Público resultou na suspensão do processo eleitoral marcado para dezembro de 2011.

Uma nova data foi agendada, mas, de acordo com Ítalo, os novos critérios não foram amplamente divulgados para a população interessada em participar.

Além do pedido de esclarecimentos por escrito, a Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente aprovou um convite ao secretário Ricardo Pereira Leite para que venha à Câmara explicar o caso.

Fonte: www.camara.sp.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=9009:comissao-aprova-audiencia-sobre-trecho-norte-do-rodoanel&catid=34:comissoes&Itemid=91
28/3/2012 – 14h10)

MORRE PROF. EMÉRITO DA USP, AZIZ AB' SABER EM 16/03/2012. QUE ELE DESCANSE EM PAZ. ME SINTO HONRADA DE TÊ-LO CONHECIDO EM 03/10/2011, QUANDO MARCOU PRESENÇA NO TEATRO OFICINA EM SÃO PAULO, COM A PEÇA "MACUMBA ANTROPOFÁGICA PELA SERRA DA CANTAREIRA". MAURO VICTOR E ZÉ CELSO, DIRETOR HÁ 53 ANOS DO TEATRO, E TODOS ALÍ PRESENTES ERGUERAM UMA TAÇA DE VINHO EM APOIO À SERRA DA CANTAREIRA. IZABEL RAPOSO DO JORNAL DA SERRA FOI QUEM ME FEZ O CONVITE.

ME SINTO HONRADA DE TER ASSINADO O MANIFESTO CONTRA O TRECHO NORTE DO RODOANEL, NO DIA 03 DE OUTUBRO DE 2011, NO TEATRO OFICINA EM SÃO PAULO

Me sinto honrada em compartilhar conhecimento com o professor emérito da USP, Aziz Ab´Saber, que marcou presença no Teatro Oficina, Macumba Antropofágica pela Serra da Cantareira.

E tem mais, Mauro Victor e Zé Celso, diretor há 53 anos do Teatro Oficina, que ergueu uma taça de vinho, em apoio à Serra da Cantareira.

Agradeço também à Isabel Raposo do Jornal da Serra que conheci no dia do Manifesto.

Cidadãos corajosos, ousados, talentosos, porque pensam diferente.

Democracia é isso!.

Rodoanel suscitou inúmeros acordos, vários não cumpridos

Transtornos ambientais decorrentes das obras do Rodoanel na capital paulista ainda afetam a população que reside no entorno da rodovia. É o caso das reservas indígenas próximas ao trecho sul. Apesar de a obra já ter quase dois anos, essas comunidades ainda não usufruem das compensações ambientais decorrentes da obra, prometidas pelo governo Alckmin. É patente, ainda, a omissão do governo tucano com as deficiências da empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (DERSA), que está longe de cumprir todos os requisitos de replantio da vegetação nativa e da criação de nove parques.


deputado Luiz Cláudio Marcolino

Diante desse quadro, a pressão de parlamentares estaduais tem sido fundamental para reverter o quadro. “A gestão anterior da DERSA não dialogou com os deputados, nem com a população local e muito pouco com as prefeituras. Isso foi muito prejudicial para os trechos Oeste e Sul do Rodoanel”, criticou a este blog o deputado Luiz Cláudio Marcolino (PT-SP).

O Rodoanel conta com quatro trechos, dos quais dois já foram entregues (Oeste e Sul) e apresentam problemas; os demais (Norte e Leste) ainda estão no papel. A rodovia passa próxima a três reservas indígenas. À época da construção, foi acordado que os danos às aldeias seriam compensados com a doação de novas terras. No entanto, essas terras, no caso do trecho Sul, até agora não foram cedidas aos índios.

Empurra-empurra

O expediente usado é responsabilizar a esfera federal. A estatal paulista culpa a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Já, a FUNAI, segundo a Folha de São Paulo, em matéria neste final de semana, informa que já afirmou que a responsabilidade pela compensação é da DERSA. Desde 2010, inclusive, o órgão de defesa dos índios já teria localizado uma área destinada aos índios e fez os estudos antropológicos necessários. Caberia, portanto, à DERSA levantar o valor da região, mas o relatório foi entregue apenas em dezembro do ano passado.

Mas não é só. Pelo acordo firmado com a DERSA, a empresa se comprometeu com a entrega de nove parques de áreas verdes (9,7 milhões de metros quadrados) à população. Dois anos mais tarde, apenas 45% desse total estão prontos. Também caberia à empresa a plantação de cerca de 2,5 milhões de mudas de vegetação nativa: parte dela, embora as mudas tenham sido replantadas, já está morrendo e demanda um novo replantio.

Diálogo foi fundamental para melhoria do projeto

Nesse imbróglio, Marcolino conta que a recente abertura do diálogo da DERSA com a sociedade permitiu que a concepção dos parques inicialmente previstos no projeto mudasse. “Com plano de manejo, eles passaram de parque fechado para parque aberto”, comemora.

“Nós (deputados) interferimos no processo e isso fará toda a diferença no trecho Norte”, avalia Marcolino. Decisões foram tomadas em reuniões com a DERSA, com o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Denit) do governo federal, e em audiências públicas, que contaram com forte participação dos movimentos sociais. Visitas técnicas aos locais das obras pelos parlamentares junto à população também foram realizadas.

Indenização ou casa da CDHU

As mudanças propostas incluíram desde a forma como as desapropriações serão realizadas a mudanças no traçado original do projeto. “Em relação à moradia, todos os que tiverem escritura terão casa indenizada. Quem não tiver, contará com uma casa da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), na própria região”, explica Marcolino. Já, em relação traçado do projeto, o parlamentar comemora a supressão do trevo de ligação com a Avenida Inajar de Souza, na Vila Nova Cachoeirinha (zona Norte) e a criação de um desvio da mancha urbana do bairro de Bambi, em Guarulhos (município da área metropolitana de São Paulo).

Outro ganho é a barreira acústica para conter a poluição sonora. “No trecho Oeste, por exemplo, só houve barreira de contenção de ruídos na região de Barueri”, informa o parlamentar. “Esses são exemplos que apontam a importância do diálogo entre o poder público e a sociedade civil durante a construção de obras da dimensão do Rodoanel”, conclui Marcolino.

Um diálogo que lamentavelmente não aconteceu nos primeiros trechos Oeste e Sul. Mas, antes tarde do que nunca.

Fonte: www.zedirceu.com.br – publicado em 13-Mar-2012.

Rodoanel passa por cima das pessoas para 'melhorar' o tráfego de carros

A Proam, Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, entrou no último dia 16 de novembro com uma representação na Comissão Interamericana de Direitos Humanos contra a construção do trecho norte do rodoanel Mario Covas.

O processo de pré-qualificação para a participação da licitação se encerra no próximo dia 14 de dezembro. O BID já liberou o empréstimo de 1,15 bilhão de dólares para a execução da obra, que se levada a cabo tem previsão para terminar em 2014.

Atropelo

O engenheiro agrônomo Mauro Victor, entretanto, analisa que a liberação da verba atropela uma das etapas do processo que foi a abertura de uma investigação para apurar os reais impactos que o rodoanel viria a causar no trecho norte. “Essa investigação ainda está em curso, não teria como liberar a verba antes que ela fosse finalizada.” Por solicitação da Proam, Mauro Victor e Marco Martins fizeram um estudo com a ajuda de diversos profissionais e o respaldo de várias ONGs ambientalistas, chamado Contra-RIMA, em referência ao Relatório de Impacto no Meio Ambiente apresentado pelo estado para conseguir a licença de construção do rodoanel.

Organismo vivo

O estudo lança um novo olhar sobre a cidade, analisada como organismo vivo, com metabolismo próprio e sinergias complexas. Isto contraria a visão atual, a tendência de realizar intervenções pontuais que acabarão por prejudicar o todo. O estudo também alerta para as características tropicais específicas brasileiras não observadas no RIMA governamental, que se baseia em projetos feitos para cidades de regiões temperadas. Uma dessas características foi inclusive observada pela chefe da delegação do BID no Brasil, Vera Lúcia Vicentini. A diferença perimetral de temperatura na cidade de São Paulo em relação ao centro pode chegar a até 15°C, Vicentini em sua visita ao país para participar de uma das assembleias públicas observou a diferença gritante. Na cidade em que vive, Washington, nos Estados Unidos, essa diferença gira em torno de 2°C entre o centro e o perímetro.

Arbitrário

O trecho norte do rodoanel terá 43 quilômetros de extensão e contará com 3 ou 4 faixas de rolagem cada pista, com a largura de aproximadamente 130 metros. Para que a obra seja feita, será necessário desalojar milhares de pessoas e a indenização ou realocação muitas vezes é feita de forma arbitrária.

As indenizações nem sempre observam o real valor de mercado e pessoas que construíram toda sua história na região terão que se deslocar para longe de suas origens. Outras tantas permanecem no mesmo lugar e passam a contar com incontáveis transtornos, como poeira que gera doenças respiratórias em idosos e crianças, barulho, risco de atropelamento e isolamento de seus bairros, o que além de dificultar o deslocamento das pessoas, faz com que o controle da segurança seja mais precário – o número de assaltos e outros delitos aumentou em algumas comunidades próximas a outros trechos do rodoanel.

Deterioração climática

Mauro Victor alerta para os riscos ambientais envolvendo o projeto. Segundo ele a deterioração climática seria alta e o posterior reflorestamento não supriria a falta que o desmatamento da floresta da Cantareira, que tem uma grande importância atualmente como cinturão verde da cidade e o consequente arrefecimento da temperatura paulistana. “Temos que levar em consideração a especificidade da vegetação, a Mata Atlântica é única e não tem como ser substituída.” Além disso, o reflorestamento será feito em outro município, portanto em outra bacia hidrográfica.

O assoreamento, aterramentos e demais danos aos mananciais da região metropolitana também devem aumentar os custos no fornecimento de água, uma vez que as principais fontes paulistanas serão afetadas com a obra e, consequentemente, será necessário buscar água em lugares mais distantes. Os já frequentes problemas de enchentes na cidade tendem a se agravar. As obras impactarão as cabeceiras dos formadores do Tietê – que há anos vem passando por um processo de recuperação com dinheiro do BID, em Cabuçu de Cima e Cabuçu de Baixo.

Mais poluição

Outra questão levantada pelos pesquisadores no Contra-RIMA é a afirmação a respeito da diminuição da poluição no centro da cidade após a construção do rodoanel, tão propagandeada pelo governo e que nos trechos já construídos se provou imprecisa. “Segundo constatação da CETESB, o órgão oficial que monitora a qualidade do ar na metrópole, o rodoanel aumentou a poluição no centro da cidade. Segundo a especialista Simone Miraglia isto se deve ao fenômeno da transferência, os caminhões foram deslocados da malha urbana central para o rodoanel periférico e em seu lugar entraram mais automóveis. Em outras palavras, trocamos seis por meia dúzia em prejuízo da saúde humana”, diz Victor.

O fatiamento da obra com a desculpa de dividir os custos também serve para maquiar o impacto que o projeto como um todo causaria. Fossem somados os impactos dos quatro trechos, dificilmente o governo do estado conseguiria uma licença para a construção, mas os danos causados pelos trechos precedentes, com as contrapartidas e benefícios conseguidos não foram pesados como deveriam para o planejamento das etapas seguintes.

Fonte: Por Alexandre Bazzan – carosamigos.terra.com.br