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MANIFESTO CONTRA O RODOANEL NORTE. VEJA QUEM JÁ ASSINOU.

O professor Aziz Ab’ Saber e o ator e diretor José Celso Martinez conduziram, dia 03/10/2011, no Teatro Oficina, em São Paulo, o ato de lançamento do manifesto contra o Rodoanel Norte, em Defesa da cidade de São Paulo. O documento(veja o texto abaixo), já assinado por várias personalidades, exige uma avaliação independente sobre o projeto da obra rodoviária que o governo pretende construir na região da Serra da Cantareira.

Os signatários (veja a lista abaixo) clamam pela atenção da sociedade brasileira em relação à obra e argumentam que a construção da rodovia provocará grandes prejuízos sócio-ambientais em toda a região, com a desapropriação de milhares de habitações e a destruição de uma das raras reservas urbanas de Mata Atlântica do Brasil. “O governo (do estado) e a prefeitura se negam a ouvir os cientistas, insistem em ignorar a Ciência. Essa construção vai ser uma catástrofe para a Cantareira”, declarou Ab’Saber ao comentar a insistência dos governos em dar sequência às obras do Rodoanel.

Os organizadores do evento pretendem agora ampliar o número de assinaturas, na forma de uma petição pública, e encaminhar o texto a autoridades brasileiras e internacionais da área de meio ambiente. Um dos objetivos é “congelar” o financiamento da obra até que o EIA-Rima seja avaliado por uma comissão científica independente.

Contra o Rodoanel Norte, em Defesa da cidade de São Paulo

Prof. Aziz Ab’Saber (geógrafo/ professor emérito da USP)

José Celso Martinez (assina no dia 3, em seu teatro, no evento onde será lido o Manifesto)

Bernardo Zentilli van Kilsdonk – Chile – (consultor ambiental) presidente de CODEFF – Comité Nacional Pro Defensa de la Fauna y Flora

Alcides Nogueira (dramaturgo)

Aline Meyer (sonoplasta)

Almir Sater (músico e compositor)

Andrés Bukowinski (diretor de cinema)

Anna Verônica Mautner (psicóloga e escritora)

Arieta Corrêa (atriz)

ABAP – Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas

Associação Morumbi Melhor

Berenice de Toledo Krücken Martin (advogada)

Boris Fausto (historiador)

Carlos Bartolomeu Porto Cavalcanti (publicitário)

Carlos Bocuhy – Conselheiro do Conselho Nacional do Meio Ambiente

Carlos Fernandes (construtor civil)

Celso Heredia (músico e jornalista)

Coletivo de Entidades Ambientalistas do Estado de São Paulo

Debora Bloch (atriz)

Deborah Evelyn (atriz)

Dimitri Auad – pela entidade ambientalista GPME – Grupo de Preservação dos Mananciais do Eldorado

Douglas Rizzo (cirurgião dentista)

Dulce Maia de Souza (Escola Carlito Maia) Oscip co-gestora do Parque Nacional da Serra da Bocaina

Edmundo Villani-Côrtez (compositor e professor)

Eduardo Britto (editor)

Eliane Giardini (atriz)

Evany Conceição Francheschi Sessa (jornalista) – Fundação Padre Anchieta / TV Cultura

Fabio Dib – Conselheiro do Conselho Nacional do Meio Ambiente

Fernando Benicio – Presidente da Associação Ambiental e Cultural Zeladoria do Planeta – MG

Fulvio Stefanini (ator)

Geraldo Carneiro (poeta e roteirista)

Ga. José Ramos de Carvalho (gestor ambiental) pela Associação Paulista dos Gestores Ambientais – APGAM

Helena Caldeira (arquiteta – ambientalista)

Itanira Heineberg (professora – Escola Graduada de S. Paulo )

Ivaldo Bertazzo (bailarino e coreógrafo)

João Heineberg (engenheiro elétrico – presidente da International Corp)

João Whitaker (arquiteto-urbanista)

Jorge Takla (ator)

Juliana Peixoto (Gerente administrativa CPV Medicina Unidade Pinheiros)

Léa Corrêa Pinto (ambientalista)

Lisiane Becker – Conselheira do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)

Luiz Mourão de Sá – Conselheiro do Conselho Nacional do Meio Ambiente

Luiz Carlos Barros Bettarello (médico homeopata)

Luiz Melodia (cantor e compositor)

Malcolm Forest (cantor, tradutor)

Marco Nanini (ator)

Margareth Fiorini (escritora)

Maria Cristina Greco (advogada)

Maria Lília Gomes de Leão (advogada)

Mauro Wilken – Conselheiro do Conselho Nacional do Meio Ambiente

Mauro Leonel – (Prof. da EACH/USP, Prof. Associado Livre-Docente e das Pós-Graduações América Latina PROLAM e Estudos Culturais/EACH).

Grupo de Pesquisa IAMÁ – Instituto de Antropologia e Meio-Ambiente, Anthropological and Environment Institute

Mauro Wilken – Conselheiro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)

Monica Becker F. Rizzo (paisagista)

Paulo de Mello Bastos (arquiteto)

Plínio Arruda Sampaio (intelectual e político, diretor do semanário Correio da Cidadania). presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária – ABRA

Raquel Rolnik – (urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada)

Richard Sippli (estudante )

Rodolfo Geiser (engenheiro agrônomo e paisagista)

Sindicato dos Arquitetos de SP – Arqtª/Urb. Áurea Mazzetti Diretora do SASP- Membro do CMPU/SP e da CEArq-Câmara Especil de Arquitetura do CREA/SP

Sonia Maria Pontes Barroso (jornalista)

Tania Henriqueta Lotto (advogada)

Tato Gabus Mendes (ator)

Wagner Giron de la Torre – (defensor público) – ACP
Ambiental, da Defensoria Pública do Estado

Fonte: Portogente (site).
(Assessoria de Imprensa do movimento, texto publicado em 04 de Outubro de 2011 – 17h49)

INTELECTUAIS SE REÚNEM EM PROTESTO INUSITADO CONTRA CONSTRUÇÃO DO TRECHO NORTE DO RODOANEL

Não foi com faixas, cartazes ou gritos de ordem em frente de alguma secretaria a forma escolhida por um grupo de intelectuais, artistas e ambientalistas para protestar contra a construção do Trecho Norte do Rodoanel.

Reunidos no Teatro Oficina, no Bexiga, o grupo promoveu, na noite de ontem, um manifesto inusitado, fazendo uma ‘Macumba Antropófaga’ pela Serra da Cantareira, baseada na Semana de Arte Moderna de 1922 e na peça teatral correlata do diretor, ator e dramaturgo José Celso Martinez, o Zé Celso.

O evento teve apresentações musicais, um brinde pela Serra da Cantareira e contra a obra, além da assinatura de um manifesto escrito para promover a paralisação da construção, já aprovada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente com início previsto para 2012. “Já fizemos diversas passeatas e levantamentos técnicos da obra, que vai tirar milhões de moradias e destruir a maior floresta urbana do mundo, mas queremos, com esse ato, levar o assunto à intelectualidade, debater com formadores de opinião, somar apoios e fazer com que o Governo pare e discuta a com a sociedade”, disse Elisa Putermanm, uma das organizadoras e integrante do Movimento de Defesa da Cantareira.

Para o diretor Zé Celso, o 1º a assinar o manifesto, ao lado do professor Aziz Ab’Saber, uma referência nos estudos de impactos ambientais, é importante que todos entrem na causa.

Segundo ele, que no último domingo, durante a peça, semeou figurativamente, em nome da Cantareira, e promoveu posts no Twitter do governador Geraldo Alckmin contra a obra, o momento é de debate. “Só vamos conseguir realizar nosso sonho, se não existir o Rodoanel.”

Fonte: Metrô News, terça-feira, 4 de outubro de 2011.

Lançamento do Manifesto Contra o Trecho Norte do Rodoanel na Serra da Cantareira – 03 de outubro de 2011, segunda feira, às 19h00 – Teatro Oficina, Rua Jaceguai, nº 520, com José Celso Martinez Corrêa, Aziz Ab’Saber, artistas e intelectuais convidados

Personalidades reúnem-se para proteger a Serra da Cantareira, divulgam Manifesto e promovem uma “Macumba Antropófaga” no Teatro Oficina

CONTRA O RODOANEL NORTE, A FAVOR DE SÃO PAULO

Artistas, pesquisadores, urbanistas, intelectuais, profissionais liberais e representantes da cidadania posicionam-se a favor da preservação incondicional da Serra da Cantareira.

Neste início da Primavera, um grupo de mais de cem personalidades públicas brasileiras começa a divulgar o Manifesto que pede investigação internacional sobre o projeto do Rodoanel Norte, obra que ameaça a maior floresta urbana do nosso planeta, a Serra da Cantareira, em São Paulo.

O documento (transcrito na íntegra, abaixo) é assinado por artistas, cientistas, intelectuais, juristas, atletas e outros profissionais. São pessoas respeitadas nacionalmente, como Aziz’Ab Saber, Juca de Oliveira, Maria Bonomi, Maria Adelaide Amaral, Ivaldo Bertazzo, Fulvio Stefanini, Silvio de Abreu, Fabio Konder Comparato, Paulo Bastos, Raquel Rolnik, Rosa Kliass, Raí de Oliveira e Araquém Alcântara, além de entidades profissionais e organizações da sociedade civil.

Os signatários clamam pela atenção da sociedade brasileira em relação à obra, que provocará enormes danos socioambientais na região, com a desapropriação de milhares de habitações e além de causar forte impacto nesta que é uma das raras reservas urbanas de Mata Atlântica do Brasil.

O texto será lido publicamente na próxima segunda-feira, 3 de outubro, às 19h durante o evento “Macumba Antropófaga pela Serra da Cantareira, Rodoanel é Brincadeira”, no Teatro Oficina, em São Paulo.

MANIFESTO: CONTRA O RODOANEL NORTE, A FAVOR DE SÃO PAULO

Artistas, pesquisadores, urbanistas, intelectuais, profissionais liberais e representantes da cidadania posicionam-se a favor da preservação incondicional da Serra da Cantareira.

“Estamos destruindo inconsequentemente o que a natureza levou milhões de anos para criar. Em nome da civilização, precisamos deter esta devastação.”

Löefgren, 1900, criador do Horto Florestal, inspirador do Dia da Árvore.

Nós, abaixo-assinados, exigimos a suspensão imediata pelo governo do estado de São Paulo dos projetos e obras para a construção do trecho norte do rodoanel, de forma a permitir uma avaliação isenta e acurada sobre a necessidade real desta obra e sobre os prejuízos sociais, econômicos e ambientais que a rodovia trará para a cidade de São Paulo.

A região da Serra da Cantareira, bem como as áreas vizinhas, abriga hoje a maior floresta urbana do mundo, sendo sua conservação fator fundamental para o controle da poluição atmosférica e para o equilíbrio térmico da cidade de São Paulo. Como parque, oferece uma alternativa para passeios de paulistanos e turistas, brasileiros e estrangeiros de todas as partes do mundo. Integra, ainda, o patrimônio cultural da cidade pelas referências históricas e arquitetônicas que conserva.

Na região existem milhares de nascentes de água potável – daí o nome Cantareira – que constituem um manancial estratégico para a cidade. E já no final do século 19 a região da Serra da Cantareira foi protegida pelo governo como forma de garantir o abastecimento da cidade de São Paulo.

Em 1963, nascia o Parque Estadual da Cantareira (PEC), uma unidade de conservação, como importante floresta urbana, grande fragmento de Mata Atlântica que abriga diversas espécies de fauna e flora, além de mananciais d’água de excelente qualidade.

Em 1983, o Parque da Cantareira foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat), a partir de uma iniciativa do prof. Aziz Ab’Saber, revelando uma visão de futuro sobre a importância estratégica que a região assumiria.

Em 1994, como decorrência de luta vitoriosa que impediu a passagem da Perimetral Norte (antiga denominação do Rodoanel) na região da Cantareira, um abaixo-assinado com 150 mil assinaturas levou a Unesco, no seu programa Homem & Biosfera, a declarar o parque e seu entorno como Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (RBCV), com status de Patrimônio da Humanidade, ao lado de outras 500 Reservas da Biosfera de todo o mundo.

Entretanto, em julho passado, ignorando a história desta região, o compromisso internacional da RBCV, que impõe a necessidade de contemplar os serviços ecossistêmicos dessa reserva; o papel de proteção do PEC pelos parques municipais de São Paulo; a perspectiva de desenvolvimento sustentável e crescimento da cidadania ambientalmente responsável da comunidade da APA Cabuçu-Tanque Grande em Guarulhos, e uma série de irregularidades de procedimentos, o EIA-Rima do Rodoanel foi aprovado pelo governo de São Paulo.

Em agosto, o mesmo governo anunciou, pela imprensa, o início das obras do trecho norte da obra entre novembro e dezembro próximos. Esta decisão desconsidera uma série de falhas técnicas e legais apontadas por engenheiros, advogados, arquitetos, biólogos, geólogos e outros especialistas que estudaram os impactos ambientais provocados por outros trechos do Rodoanel, e que não foram observados pelo EIA-Rima referente a este trecho do projeto.

Como já vem acontecendo nos trechos sul e oeste, o Rodoanel trará resultados negativos à cidade e à região da Cantareira em particular, tais como: adensamento urbano com ocupação desordenada do solo, em desacordo com a legislação; interferências indevidas em equipamentos comunitários consolidados, como escolas e creches; geração de mais tráfego, sobretudo em vias locais com as quais a obra se ligará (contrariando o conceito original de rodovia segmentada), além de mais poluição e prejuízos à paisagem natural e urbana.

Além disso, alertamos para o fato de que a construção desta rodovia exigirá a desapropriação de milhares de imóveis, com gravíssimo impacto social e econômico entre os moradores locais. São mais de 20 mil pessoas, várias delas com raízes fincadas na região, que de uma hora para outra terão que sair de suas casas e abandonar suas referências. Antes mesmo do início das desapropriações, as consequências morais sobre a sociedade civil já se fazem sentir, levando à insegurança e descrédito em relação aos órgãos públicos envolvidos nesse projeto.

O Ministério Público acaba de abrir investigação para verificar por que as compensações ambientais e sociais dos trechos já concluídos do Rodoanel não estão sendo cumpridas. Exigimos que os passivos socioambientais no trecho norte sejam avaliados por uma equipe isenta. E que o governo explique como uma obra orçada originalmente em R$ 2,5 bilhões está chegando a R$ 25 bilhões, isto sem contar as contrapartidas socioambientais que, se somadas, podem elevar o custo do Rodoanel à ordem dos R$ 50 bilhões!

A cidadania assiste estarrecida e indignada aos escândalos que ocorrem hoje nos mais altos escalões da República, notadamente na área dos transportes. Nós nos identificamos com a ação moralizadora e saneadora em andamento e, por isso, apoiamos as investigações sobre o Rodoanel por vários órgãos fiscalizadores das esferas federal e estadual.

Lembramos ainda que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) acaba de abrir um painel de investigação, por solicitação da cidadania, para periciar o projeto do Rodoanel de forma isenta, imparcial, transparente, suprapartidária e multidisciplinar.

Ao assinar este documento, estamos exercendo nosso pleno direito ao contraditório, reconhecido por nossa legislação, em defesa de um patrimônio comum, local e planetário.

São Paulo, Primavera de 2011

Fonte: Jornal da Serra.

Guerra Contra o Rodoanel, Pela Serra da Cantareira

Fonte: por 69ricosta em 05/10/2011 no Youtube.