07/04/2014 – MP vai apurar se má gestão agravou crise do Sistema Cantareira. Órgão quer saber se Sabesp desrespeitou regras de outorga. Nível do Sistema Cantareira foi de 13% no sábado e domingo.

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) vai instaurar esta semana um inquérito para apurar uma possível má gestão da água no estado e o descumprimento da outorga que concedeu à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) o direito de explorar o Sistema Cantareira.

Desconto para economia de água passa a valer em 31 cidades de
No sábado (5), o nível do sistema chegou a 13% e se manteve no domingo (6). O Cantareira é responsável por abastecer cerca de 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo, além de atender as regiões de Piracicaba e Campinas, no interior do estado.

A informação sobre o inquérito é do promotor do Meio Ambiente, José Eduardo Ismael Lutti. “Queremos saber se houve má gestão. Uma das principais exigências da outorga é que a Sabesp tomasse medidas para não ficar tão dependente do Sistema Cantareira”, disse.

Em 2004, a Sabesp recebeu autorização válida por dez anos da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), órgão ligado ao governo estadual. Na portaria que concedeu a outorga, o Daee determinou que a Sabesp deveria providenciar, em 30 meses, estudos e projetos para viabilizar a redução de sua dependência do Sistema Cantareira.

Uma reunião será realizada nesta segunda-feira (7), na sede do Ministério Público em São Paulo, para definir o promotor da área de meio ambiente que ficará encarregado do inquérito. A Sabesp disse que não vai comentar o assunto.

Julho

A estiagem atípica registrada no primeiro trimestre de 2014 antecipou, do fim de agosto para meados de julho, a previsão de “colapso” no Cantareira, aponta um novo estudo do Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão (GTAG) do sistema.
Em fevereiro, a previsão era que o volume útil das represas se esgotaria no final de agosto, no cenário mais pessimista de falta de chuvas. Agora, nas mesmas condições, a estimativa é que a água acabe já em julho, forçando a retirada, a partir de então, do chamado “volume morto”, que necessita de bombeamento para ser captado.

O relatório do GTAG é assinado pelo Daee, pela ANA, pelos comitês das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e das Bacias do Alto Tietê, e pela Sabesp, após uma reunião no dia 28 de março.

O governo de São Paulo tenta conter a crise no abastecimento de água com um bônus de cerca de 30% no valor da conta para consumidores de 31 cidades da Região Metropolitana que economizarem 20%.

“Apenas cinco [municípios da Grande São Paulo ficaram de fora]: Guarulhos, Mogi das Cruzes, Mauá, Santo André e São Caetano, porque não são operados pela Sabesp”, afirmou o governador do estado, Geraldo Alckmin, no dia 31.

Fonte: Márcio Pinho
Do G1 São Paulo

02/04/2014 – Falta de chuvas antecipa para julho previsão de 'colapso' no Cantareira. No pior cenário de estiagem, estimativa anterior citava 'final de agosto'. Sistema abastece a Grande SP e as regiões de Piracicaba e Campinas.

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Bancos de areia no leito do Rio Piracicaba voltaram a surgir em trecho urbano (Foto: Camila Ancona/G1)

A estiagem atípica registrada no primeiro trimestre antecipou do fim de agosto para meados de julho a previsão de “colapso” no Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo e as regiões de Piracicaba e Campinas, no interior do estado, aponta um novo estudo do Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão (GTAG) do Cantareira.

Em fevereiro, a previsão era que o volume útil das represas se esgotaria no final de agosto, no cenário mais pessimista de falta de chuvas. Agora, usando as mesmas condições, a estimativa é que a água acabe já em julho, forçando a retirada, a partir de então, do chamado “volume morto”, que necessita de bombeamento para ser captado.

O relatório do GTAG é assinado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), pela Agência Nacional de Águas (ANA), pelos comitês das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e das Bacias do Alto Tietê, e pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), após uma reunião realizada na sexta-feira (28).

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Nível do Sistema Cantareira teve novo recorde
negativo (Foto: Luis Moura/Estadão Conteúdo)

O comunicado recomenda, ainda, que a ANA e o Daee apoiem o Comitê PCJ a estabelecer planos de contingência para a operação dos sistemas municipais de abastecimento nas cidades que dependem do Sistema Cantareira. O nível dos reservatórios chegou a 13,8% na última semana e, pela primeira vez na história, atingiu um volume acumulado menor que 14%.

O Consórcio PCJ propôs na segunda-feira (31) metas de redução de consumo de água de até 50% para a “sobrevivência” do Cantareira. Segundo cálculos do órgão, metade da água da Grande São Paulo depende desse sistema e, com a economia proposta, a região não precisaria se abastecer dele temporariamente, durante o período de estiagem.

Procurado na terça-feira (1°) para comentar a recomendação, o Daee relatou que suas deliberações estão inseridas no comunicado do GTAG. Já a ANA, também via assessoria, informou que se pronunciará apenas após o final das negociações entre os governos paulista e fluminense para cooperação hídrica.

Vazão mensal

A vazão média mensal de retirada de água do Sistema Cantareira é de 27,8 metros cúbicos por segundo, ou seja, 24.800 litros por segundo para abastecimento da Grande São Paulo e 3 mil litros por segundo para descarregamento nas Bacias PCJ, valores correspondentes às prioridades primárias das duas regiões, de acordo com o GTAG.

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Homens ‘entram’ no Rio Piracicaba para pescar:
vazão apresentou baixa (Foto: Camila Ancona/G1)

No último final de semana, a profundidade e a vazão do Rio Piracicaba em um trecho urbano da cidade voltaram a baixar após a melhora observada no início de março, o que fez com que bancos de areia no leito no manancial voltassem a aparecer. E a previsão para os próximos dois meses não indica um volume expressivo de chuvas, o que pode piorar ainda mais a situação.

Pouca chuva

Segundo a Somar Meteorologia, há estimativa de 30 milímetros de chuva na área do Sistema Cantareira nos próximos 15 dias, quantidade que não deve ser suficiente para elevar o nível dos reservatórios.

“O mês [de abril] será caracterizado pela diminuição de chuvas no Sudeste. Na primeira semana, a passagem de uma frente fria traz chuva razoável, mas na segunda quinzena não há previsão de chuva significativa na maior parte da região. A previsão até mostra episódios de chuva ao longo de maio, mas sem altos volumes de água. A tendência é que o Cantareira fique ainda mais seco no próximo mês”, informou o instituto.

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Fonte: Do G1 Piracicaba e Região.