28/08/12 – CPI DA CANTAREIRA CONTINUA QUASE PARADA

São Paulo – Mais uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Cantareira foi realizada hoje (28) na Câmara Municipal de São Paulo. A sessão durou alguns segundos, tempo suficiente para o vereador Juscelino Gadelha (PSB) anunciar que não havia quórum suficiente e que a reunião seria reprogramada para outra data.

A CPI foi proposta pelo vereador Paulo Frange (PTB), presidente da comissão, e criada em abril para investigar irregularidades no uso e ocupação do solo e a especulação imobiliária na Serra da Cantareira – que abrange os municípios de São Paulo, Guarulhos, Mairiporã e Caieiras –, ameaçada também pelo traçado do trecho norte do Rodoanel, que desrespeitaria áreas de preservação.

Por que a CPI da Cantareira não anda? Gadelha, que substituiu o presidente da comissão na sessão desta terça-feira, afirmou que neste momento a CPI passa por essas dificuldades. “Não estamos conseguindo ter quórum para nos reunir a cada 15 dias”. E por que não está conseguindo se reunir? Segundo Gadelha, devido a outros compromissos dos membros da comissão.

O vereador informou que vai convocar uma audiência pública pela Comissão de Política Urbana, da qual faz parte, para discutir o traçado do Rodoanel. “Até agora o traçado não foi apresentado. Todo mundo diz que tem, mas ninguém viu. Essa audiência é para discutirmos junto à Dersa e ao governo do Estado o traçado e também as certidões a respeito do Rodoanel Norte de São Paulo”, diz Gadelha.

Segundo o parlamentar, os trabalhos da CPI acabam em meados de setembro. “Estamos entrando com um pedido para a comissão ser ampliada até final de outubro, início de novembro.”

Um episódio é emblemático do presumível desinteresse da CPI da Cantareira. Antes de começar a sessão de alguns segundos, o vereador Gadelha dirigiu-se ao colega Gilberto Natalini (PV) e perguntou: “Faz parte desta comissão, vereador?” Depois, ao ouvir seu nome citado pelo colega à reportagem, que checava os nomes dos componentes da CPI, Natalini afirmou: “Não faço parte desta comissão, vereador. Já faz tempo”. 

Anunciada a falta de quórum para a reunião da CPI da Cantareira, iniciou-se a sessão com a pauta do dia. Fez-se um minuto de silêncio pela morte do goleiro Félix, da seleção brasileira de 1970. E depois os vereadores começaram seus discursos. A começar por Adilson Amadeu (PTB), que lamentou a morte do goleiro, seguido pelo inflamado vereador Agnaldo Timóteo (PR), que continuou o assunto futebol e seleção de 1970. 

A Cantareira ficou para outra oportunidade. O vereador Paulo Frange, presidente da comissão, não retornou à reportagem até o fechamento desta matéria.
 
Por: Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual
Publicado em 28/08/2012, 19:49